Fragilidade

Durante o processo de envelhecimento a pessoa idosa depara-se com um conjunto de limitações ao nível físico, psicológico e social. Estes défices vão acumulando-se e vão contribuindo para o desenvolvimento de um estado de vulnerabilidade. Ao mesmo tempo, e característico do processo de envelhecimento, também os diferentes sistemas do organismo vão perdendo funcionalidade, havendo por isso uma maior probabilidade de desenvolver condições de saúde adversas.


A Fragilidade é, então, uma condição que se caracteriza por uma acumulação de défices físicos, psicológicos e sociais que tornam a pessoa idosa mais vulnerável. Esta condição reflete-se no idoso através de uma maior tendência para desenvolver doenças e estados que interferem na sua independência e na autonomia das suas atividades de vida diária. Considera-se a existência de três tipos de fragilidade: fragilidade física; fragilidade psicológica; e fragilidade social. A fragilidade física caracteriza-se por uma diminuição da mobilidade, da atividade física, da força, da resistência, do equilíbrio, das funções sensoriais e do estado nutricional. A fragilidade psicológica por sua vez é caracterizada por um declínio das funções cognitivas (ex. memória, concentração, atenção,…), do humor (sintomatologia depressiva) e da capacidade de resiliência. Por fim, a fragilidade social caracteriza-se pela existência de um declínio da rede social e respetivo suporte e pelo enfraquecimento das relações sociais estabelecidas pelo idoso.


A pessoa idosa com fragilidade tem uma maior predisposição a eventos negativos como quedas, fraturas e hospitalizações que culminam na maioria das vezes num estado de dependência. O processo cíclico da fragilidade e os efeitos negativos que lhes estão associados revelam que o idoso terá uma maior tendência para desenvolver sintomatologia depressiva que o leva ao isolamento, à descredibilização e à marginalização, fatores estes que contribuem para uma diminuição da qualidade de vida. Ao ser um estado modificável, a fragilidade pode ser prevenida através da potenciação e da manutenção das capacidades física, psicológica e social do idoso. Para tal, profissionais de saúde, cuidadores formais e informais e instituições que prestam cuidados geriátricos poderão promover a implementação de intervenções não farmacológicas direcionadas a cada um dos domínios em questão.